Uma missão geológica sob a água do paraíso

Os estudos sobre a geologia do Arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 quilômetros do Recife, se limitam quase sempre ao que está emerso. Agora, equipe de cientistas dá início ao primeiro mapeamento do que se encontra sob a água do mar. A expedição, empreendida pelo Serviço Geológico do Brasil, começa domingo e conta com pesquisadores e mergulhadores.

O trabalho da equipe, com duração de uma semana, será coletar amostras de rochas e sedimentos à profundidade de até 50 metros. Um barco dará apoio à operação do CPRM, entidade de pesquisa do Ministério de Minas e Energia. Ao fim da expedição, o material terá sua composição química analisada em laboratório e encaminhado para datação.

A literatura científica registra que o arquipélago começou a se formar há 12 milhões de anos, a partir de erupções vulcânicas. O conjunto de 19 ilhas e ilhotas que se vê hoje é o afloramento da chamada Cordilheira Meso-Atlântica, conjunto de montanhas existente no meio do Oceano Atlântico, entre a América do Sul e a África.

O maior trabalho na área já realizado em Noronha, segundo o CPRM, foi publicado em 1955 pelo geólogo Fernando Flávio Marques de Almeida. “É um estudo cartográfico do que se encontra na superfície da ilha”, diz Hortência Maria Barboza de Assis, que coordena o trabalho de campo em Noronha.

Mapear o que está submerso, explica a geóloga, é importante não só para o conhecimento mineral de Noronha, mas também para orientar as ações de conservação. “O que norteia essas ações hoje é apenas o meio biótico. O nosso trabalho vai ajudar com dados do que pode ser explorado e o que deve ser conservado no meio abiótico.”

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