O Programa Pernambuco Tridimensional e o Avanço no Conhecimento Geológico do Território Pernambucano
O Programa que pretende fazer o levantamento tridimensional do Estado de Pernambuco divulgado esta semana (www. http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/noticia/2014/03/31/programa-pernambuco-tridimensional-vai-realizar-mapeamento-digital-do-territorio-do-estado-123253.php), além do impacto positivo que possui visando o melhor conhecimento do espaço físico de nosso Território, gerando informações atuais que podem ser utilizadas para o melhor planejamento do uso de nossos recursos hídricos, da ocupação urbana e do meio rural, das obras de infra-estrutura, e da preservação ambiental, traz também associado um avanço para o levantamento detalhado de nossos terrenos geológicos e de seus recursos minerais.
Este avanço se daria considerando-se que este Programa prever produzir imagens tridimensionais (topográficas; com relevo) do terreno, por meio de mapeamento digital a laser. Este registrará um imageamento atual, de boa qualidade e com alta resolução. Está previsto um tal grau de detalhamento que atinge uma escala de 1:1.000 (cada centímetro na imagem corresponde a 10 metros no terreno).
Estas imagens podem ser usadas no mapeamento geológico de detalhe de nosso Território. Até o momento a maior parte dos mapas topográficos disponíveis para este fim é das décadas de 1970 e 1980, e geralmente estão na escala 1:100.000. Neste aspecto, estas imagens atuais e de detalhe representam um significativo avanço. Outro avanço é quanto ao fato que no mapeamento geológico se usa fotografias aéreas, que na maioria das vezes as disponíveis são das décadas de 1960 e 1970. Estas fotografias não refletem mais a infraestrutura atual dos terrenos (estradas, construções, cercas de limites de fazendas, entre outras), importantes referências para o mapeamento, e usualmente estão nas escalas de 1:30.000 e 1:20.000. É sobre estas imagens antigas e em escalas de semi-detalhe que se precisa fazer o trabalho de fotointrepretação, para se produzir mapas fotogeológicos que são necessários aos trabalhos de campo de mapeamento.
Um aspecto relevante a se destacar é que a escala das imagens a serem produzidas permite se trabalhar com levantamento de depósitos minerais (mapeamento e cubagem de depósitos de minerais industriais, de minerais metálicos, entre outros), que tipicamente ocorrem em dimensões de 1 a 2 quilômetros de extensão.
Outro aspecto positivo é a base atual (meio digital) na qual estas imagens serão geradas, que permite o uso das mesmas em plataformas modernas (e.g. Sistema de Informações geográficas) de tratamento, manuseio e integração de dados para confecção de mapas. Nestas plataformas pode-se facilmente se superpor, por exemplo, imagens tridimensionais do terreno (gerando modelo digital) com a geologia do mesmo. E ainda, a acessibilidade de tais imagens é algo de relevância, quanto tenciona-se disponibilizá-las ao acesso público através da internet.
Autor: João Adauto Souza Neto – Departamento de Geologia | Universidade Federal de Pernambuco