Produção de terras raras depende de indústria de alta tecnologia
Tecnologias raras
O incremento da produção de terras raras no Brasil poderia dar autonomia ao país, inserindo-o no seleto grupo de países processadores desses metais.
Isto se o país tivesse demanda de matérias-primas para produzir produtos de alta tecnologia.
As terras raras são usadas em áreas de elevada tecnologia, da indústria do petróleo às telas sensíveis ao toque dos tablets. Atualmente, o mercado mundial é liderado pela China, que detém 97% da produção.
O possível desenvolvimento da cadeia produtiva de terras raras no Brasil foi discutido durante o 1º Seminário Brasileiro de Terras Raras, promovido pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), no Rio de Janeiro.
Embora apresente reservas estimadas de 3,5 bilhões de toneladas, o Brasil é retardatário na produção de terras raras.
Terras valiosas
As terras raras são 17 elementos químicos muito parecidos, mas que diferem no número de elétrons em uma das camadas da eletrosfera do átomo. São agrupadas em uma família na tabela periódica porque ocorrem juntos na natureza e são quimicamente muito parecidos.
Elas também têm como característica comum os nomes complicados: lantânio, neodímio, cério, praseodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, escândio e lutécio.
Apesar do nome sugerir, esses metais não são tão raros, como o ouro ou a platina, por exemplo. Assim, essenciais que são a várias indústrias, bem poderiam ser chamadas de “terras valiosas”.
“Eles são de vital importância na indústria petrolífera. Sem eles, não há refino de petróleo, nem produção de derivados,” explicou Ronaldo Santos, pesquisador do Cetem.
São importantes também em produtos de elevada tecnologia, em áreas como telecomunicações, geração e intensificação de imagens, produção de semicondutores e supercondutores, eletrodos dos automóveis elétricos e híbridos, ímãs de alto desempenho, indústria de informática, laser, fármacos, sistemas de orientação espacial e indústria bélica.