OBRAS VIÁRIAS: CORTES, ATERROS, TÚNEIS OU VIADUTOS?
Marcando a transição da tração animal para a tração motorizada (advento do trem e
do automóvel), agitado período que se estendeu da segunda metade do séc. XIX às
primeiras décadas do séc. XX, procedeu-se em todo o mundo uma verdadeira
revolução técnica no que diz respeito aos parâmetros básicos de projeto para as obras
de infraestrutura viária.
No Brasil, primeiramente tendo como condicionantes as características de tração
mecanizada e os fatores de segurança próprios do transporte ferroviário, fortemente
incrementado no país já a partir das últimas décadas do séc. XIX, e mais adiante, por
força dessas mesmas características agora próprias do transporte rodoviário moderno,
que marcava sua explosiva presença no país ao início do séc. XX, a engenharia viária
brasileira obrigou-se a adotar diretrizes de projeto progressivamente mais exigentes
no que diz respeito especialmente aos raios mínimos de curvatura horizontal e às
rampas máximas admissíveis.
Em termos práticos isso implicou na necessidade de construção de vias a cada vez
menos tortuosas e, especialmente em regiões de relevo ondulado a montanhoso, na
necessidade de execução de grandes serviços de terraplenagem em cortes e aterros
para o atendimento do greide de projeto.