Geólogo apresenta as principais recomendações práticas para evitar os processos erosivos
13/Outubro/2011/http://www.piniweb.com.br/construcao/tecnologia-materiais/artigo239011-2.asp

Geólogo apresenta as principais recomendações práticas para evitar os processos erosivos

 

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Da Redação

Seis cuidados técnicos compõem o suporte tecnológico básico a essa decisão:

1 – Do ponto de vista preventivo, é imperioso que a arquitetura e a engenharia brasileiras abandonem o preguiçoso cacoete de adequar o terreno aos seus projetos de prancheta ao invés de adequar seus projetos às características geológicas e topográficas do terreno. Ou seja, deixar de “fabricar”, via intensas e extensas terraplenagens, as áreas planas que seus burocráticos projetos exigem. Os serviços de terraplenagem serão dispensáveis, ou ao menos em muito reduzidos, caso os projetos criativamente se adaptem às condições naturais dos terrenos onde serão implantados. Ganha o empreendimento, ganha a estética, ganha o ambiente;

2 – Uma vez indispensável a terraplenagem, sempre ter em conta que os solos superficiais (em nosso clima com 2 metros de profundidade em média), por serem geologicamente mais argilosos e pela cimentação de seus grãos por diversos tipos de óxidos, são muitíssimo mais resistentes à erosão do que os solos saprolíticos inferiores. O ideal, portanto, é não se retirar essa camada superficial de solo; mas no caso em que a terraplenagem necessária imponha essa retirada, estocar esse solo superficial para o futuro uso no recobrimento das áreas terraplenadas que ficarão expostas à ação dos processos erosivos. Além de mais resistentes à erosão, os solos superficiais têm melhores características geotécnicas e são mais férteis;

3 – Os serviços de terraplenagem têm que ser planejados. É um grave erro proceder-se toda a terraplenagem para só então “iniciar-se” a obra. Esse erro implica que por um grande período, na verdade por todo o tempo de duração da obra civil, as áreas terraplenadas fiquem submetidas à erosão. O correto é que a terraplenagem caminhe junto com a implantação da obra civil, ou seja, vai-se executando a terraplenagem na medida em que o avanço da obra a exige;

4 – Um outro expediente prático que reduz em muito a erosão é adotar-se uma proteção, ainda que provisória, dos taludes à medida do aprofundamento da terraplenagem. Exemplificando, assim que a terraplenagem produza o primeiro degrau com um talude de 2 metros de altura, já de imediato se protege esse talude provisoriamente contra a erosão. De forma que, quando a terraplenagem atingir a cota inferior de projeto, todo o talude já estará protegido. Como proteção provisória pode-se adotar, por exemplo, a tecnologia Cal-Jet, que consiste na pulverização de uma calda de cal fluida sobre o talude, ou outra técnica qualquer que apresente essas características de economia e facilidade de aplicação.

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