Falecimento do professor Aldo da Cunha Rebouças
É com grande pesar que comunicamos o falecimento do Professor Doutor Aldo da Cunha Rebouças, ocorrido na última segunda-feira, dia 18 de abril de 2011, em São Paulo, SP.
Nós, da revista Meio Ambiente Industrial, ficamos muito consternados com essa grande perda. O Professor Aldo Rebouças foi, desde a fundação da RMAI, um grande colaborador e incentivador do nosso trabalho. Acompanhou com muita estima os primeiros passos da nossa caminhada em prol do meio ambiente e, ao longo dos anos, sempre foi um grande orientador, não só como profissional, mas, principalmente, como Ser Humano, nos deixando um legado precioso sobre a questão da Água, que foi, sem dúvida, sua grande missão nesta vida.
Formado em Geologia pela Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, tinha mestrado e doutorado pela Universite de Strasbourg, França e pós-doutorado pela Stanford University – Califórnia, Estados Unidos. Ele era docente aposentado do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental do IGc da USP, atuando principalmente na área de Hidrogeologia, recebendo o título de professor emérito dessa instituição.
Especialista em gestão de recursos hídricos, Aldo Rebouças era um grande entusiasta e incentivador das águas subterrâneas no Brasil. Considerado um visionário no setor, entre diversas iniciativas, na década de 70 criou um centro de pesquisa de águas subterrâneas na USP, sendo considerado uma das maiores autoridades no assunto. Além disso, contribuiu para a formação de vários profissionais na área.
A luta em prol da sustentabilidade sempre norteou seu trabalho tanto em organismos públicos quanto em consultorias para iniciativas privadas. Ao longo de mais de 40 anos de pesquisa, ele defendeu obsessivamente a premissa de que “o conceito de água abundante, inesgotável e gratuita, uma dádiva de Deus ou de qualquer outra figura cósmica, da igreja ou de políticos, dos coronéis ou do homem, da natureza”, era uma ficção obsoleta. Alertava a necessidade de tratamento especial para o assunto.
O pesquisador defendia o eficiente aproveitamento da água, especialmente sua reutilização e novos métodos de irrigação do solo e esses foram alguns dos temas com os quais ele mais contribuiu em seus artigos e entrevistas concedidas à RMAI ao longo de sua carreira.
Pai de família exemplar, casado com Dona Suzana há 45 anos, teve três filhos, com o orgulho de ver um deles também formado em Geologia, o especialista André Rebouças. Pedir que suas cinzas fossem lançadas na água do mar, para onde corre todo o rio, como dizia, foi sua maior prova de amor à natureza.
A Missa de 7º Dia será celebrada no próximo dia 25 de abril, segunda-feira, às 19h30, na Paróquia São Francisco de Assis, na Av. General Mac Arthur 1.130, Jaguaré, São Paulo, SP, tel. 3768 4308.