China detém 15% da produção brasileira de Nióbio, metal raro e estratégico

Em setembro de 2011, um consórcio chinês formado pelo Taiyuan Iron and Steel Group, o conglomerado financeiro do Citic Group e o Baosteel Group adquiriu, por US$ 1,95 bilhão, 15% da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), maior produtor mundial de nióbio, um metal abundante no Brasil e utilizado em indústrias de automação, nuclear e defesa. A CBMM fica localizada em Araxá, em Minas Gerais.

Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o Brasil concentra quase 100% da oferta mundial de nióbio. A posição estratégica do país na produção do metal, e a negociação envolvendo a CBMM, levantam a questão a respeito de como o governo e as empresas nacionais lidam com as riquezas naturais brasileiras, levando em conta os próprios interesses estratégicos. O négócio fechado com a China, apesar de polêmico, gerou quase nenhum questionamento em Minas Gerais, ao contrário, por exemplo, da privatização da Vale, ocorrida em 1997, e alvo de um verdadeiro levante popular.

A reportagem do Jornal do Brasil entrou em contato com o Ministério de Minas e Energia (MME) para saber se, com a negocição da CBMM, os interesses nacionais não estariam sendo contrariados. A assessoria de imprensa do MME não respondeu até o momento. Já o governo de Minas Gerais, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não foi comunicado sobre a venda “por se tratar de uma operação entre entidades privadas”.

A reportagem também buscou o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão diretamente vinculado à atividade mineradora. A assessoria de imprensa do DNPM disse que retornaria com informações, mas ainda não o fez.

 

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