II Congresso Internacional de Meio Ambiente Subterrâneo
Casos de áreas contaminadas no país demandam ações imediatas
Dados da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) revelam que o valor econômico do passivo ambiental no Brasil ultrapassa R$ 15 bilhões de reais
A contaminação do solo e consequentemente dos lençóis freáticos é um problema extremamente grave e de desdobramentos complexos, que afeta tanto o meio ambiente quanto e principalmente a sociedade. É infelizmente bastante comum em várias regiões do país. Casos como o do Condomínio Barão de Mauá, construído sobre uma área contaminada por gases tóxicos e cancerígenos em Mauá, na Grande São Paulo e do Shopping Center Norte, também localizado na capital paulistana, são alguns exemplos. Na região Nordeste, na cidade de Fortaleza (CE), cerca de 80% dos aquíferos estão poluídos, isto devido a esgotos clandestinos, à destinação inadequada do esgoto residencial e de chorume de aterro sanitário e também de perfurações ilegais de poços. A cidade de Natal (RN) encontra-se em situação semelhante.
PRINCIPAIS POLUENTES E POLUIDORES
O Estado de São Paulo possui 3.675 áreas contaminadas conhecidas, sendo que a maior fonte de contaminação são os postos de combustíveis (79% do total), seguido das atividades industriais, responsáveis por 13% das contaminações, de acordo com dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), atualizados até dezembro de 2010. Como os postos foram avaliados antes pela agência, espera-se que a quantidade de áreas industriais conhecidas aumente no futuro próximo.
Entre os muitos e variados tipos de poluentes encontrados em áreas contaminadas, há uma predominância do nitrato e metano, provenientes do esgoto não tratado e dos BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), provenientes dos derivados do petróleo, sendo os postos de combustíveis os principais agentes causadores desta contaminação. Estes gastam em média R$ 300 mil para diagnosticar e remediar contaminações, conforme exigência da licença ambiental, podendo alcançar, em vários casos, valores muito mais altos. O tempo para se remediar nestes casos varia, em média, de dois a quatro anos. No Brasil, os locais mais afetados pela contaminação encontram-se no Estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Capital, na cidade de Ribeirão Preto, e em Campinas e seu entorno.
Além destes, existem muitos outros contaminantes de origem industrial que podem provocar contaminações de dimensões muitas vezes superiores, com riscos associados bem elevados e com custos de tratamento significativamente elevados, muitas vezes sem solução através de remediação, requerendo medidas institucionais, como a proibição do uso da água subterrânea, por exemplo.
Fonte: abas.org.br