Mais um geólogo mostra seu lado artístico publicando uma poesia inédita: Silvio Roberto é o autor do mês
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BOTIJA
Silvio Roberto de Oliveira
(para Gustavo Córdula – in memoriam -)
Fui na Pedra do Cachorro
procurar uma botija,
passei na Serra da Onça
na Vila do Jacaré,
no Riacho do Coutinho,
bebi o suco da pedra
rasguei o couro da terra
no rumo de São José.
Em noite escura sem lua,
bati perna no lajedo,
usei a palavra medo
nas costas do paredão,
mas na Pedra do Cachorro,
nem na furna, nem no mato,
encontrei artesanato
de ouro prata ou dobrão.
Dormi no colo da serra,
sonhei a vida vadia,
escutei a cantoria
de um galo com um sabiá,
de repente entendi tudo,
o mistério a descoberto,
o tesouro era ir lá perto,
a botija era estar lá.